Expressões idiomáticas são locuções ou pequenas frases próprias de um idioma. No português, não poderia ser diferente. Há infinitas. Vejam algumas:
Casa da mãe Joana – onde vale tudo, todo mundo pode entrar, mandar, etc.
Histórico: Segundo o mestre Câmara Cascudo, vem da Itália. Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382), liberou os bordéis em Avignon, onde estava refugiada, e mandou escrever nos estatutos: “Que tenha uma porta por onde todos entrarão”. O lugar ficou conhecido como Paço da Mãe Joana, em Portugal. Ao vir para o Brasil, a expressão virou “Casa da Mãe Joana”.
Chá de sumiço – Diz-se que alguém tomou chá de sumiço quando deixa de aparecer em um lugar que costuma frequentar.
Histórico: Segundo Sebastián Lucrecio, era normal, na época da ditadura argentina, os militares darem um certo chá para certos terroristas Depois do primeiro gole, morriam asfixiados. E sumiam.
Arroz de festa – pessoa que é vista em todos os lugares: festas, restaurantes, bares, praias.
A dar com o pau – grande quantidade
Acertar na lata/mosca – atingir o alvo com precisão
Abotoar o paletó – morrer
Vai acabar em pizza – não vai dar em nada
Procurar pelo em ovo – buscar coisas impossíveis
Agarrar com unhas e dentes – agir de forma extrema para não perder a oportunidade
Amigo da onça – falso amigo, traidor
Andar na linha/Perder a linha – agir corretamente/agir impulsivamente
Bater na mesma tecla – insistir no mesmo assunto
Cara de pau – atrevido, desavergonhado
Dormir no ponto – perder uma oportunidade
Encher linguiça – enrolar, embromar
Feito cego em tiroteio – perdido, desorientado
Lavar as mãos – não se envolver
Pisar na bola – cometer deslize
Quebrar o galho – dar solução precária, improvisar
Riscar do mapa – fazer desaparecer
Sem pé nem cabeça – sem sentido, confuso
Trocar as bolas – atrapalhar-se
Uma mão lava a outra– ajuda mútua
Quebrar a cara – dar-se mal.
Histórico: A expressão é deste século e americana. Surgiu quando começaram a colocar grandes portas de vidro nas lojas de Nova York. Nunca se sabia se estavam abertas ou fechadas e os americanos, muitas vezes, “quebravam a cara” indo de encontro ao vidro.
Mas será o Benedito? – expressão de espanto diante de determinada situação.
Histórico: A origem da expressão popular “Mas será o Benedito?” deu-se durante a década de 1930 em Minas Gerais. O presidente Getúlio Vargas, após meses de análises, não decidia quem seria o governador do estado. O tempo decorrido gerou, naturalmente, uma inquietação entre os inimigos políticos de um dos candidatos ao cargo, cujo nome era Benedito Valadares. Constantemente, perguntavam: Será o Benedito interventor de Minas Gerais? Daí a expressão: “Mas será o Benedito?”.
Fontes:
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Leia também: Expressões curiosas na língua portuguesa – parte 1
Leia também: Algumas expressões curiosas usadas pelos portugueses
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Dica de leitura:
Sapiens – Uma breve história da humanidade, do historiador Yuval Noah Harari, é o melhor livro que li nos últimos anos. Imperdível. Quem leu?
Betty Vibranovski